domingo, 19 de abril de 2015

Crónica dos anos perdidos ou das calças rotas!‏

Ai os belos 30!
Como eu era feliz então, fútil mas feliz!
Saía para jantar, saía para dançar, todas as noites (menos às sextas!)
Comprava 4 pares de sapatos, por estação, Pablo Fuster, by the way, a 12 contos cada um.
Tinha casa própria
Tinha moto
Enfim
Belos anos 90
Depois, tudo começou a descambar
A começar por mim, depois o mundo e por fim este Pais
Sim, porque primeiro fui eu, depois a merda da globalização e a seguir o Euro e esta Europa reles e a puta que os pariu
Ah que saudades do Escudo, sim um verdadeiro “escudo” contra a falácia da globalização
Que bom era ser português, típico, português, característico, genuíno, altamente desenrascador da vida
P’ra que serve a globalização?
Vemos nesta Capital do outrora  Império, tuk tuk’s conduzidos já pelos originais motoristas – indianos – fica assim Lisboa, uma qualquer Goa exótica, mas esquecida do mundo
Oh tempo volta p’ra trás, qualquer tempo passado no Escudo foi melhor
Barbas cortadas à régua e esquadro, bonecos em série duma qualquer fábrica de gnomos na Lapónia
Star-ups manhosas em vãos de escada
Estabelecimentos que tanto vendem sangria, servem um cozido à portuguesa ou alugam-te uma bicicleta
Este é o tempo das palavras sem acentos, despojadas dos “c” que não se lêem, mas deviam
Este é o tempo das lojas das famosas sardinhas em lata, cujas fábricas o senhor come-bolo-rei-mor levou à falência
É o tempo do brick-a-brack de mau gosto , com galos de Barcelos importados directamente da Tailândia e nossas Senhoras-de-Fátima chinesas com os mamilos de fora
É o tempo das bandeiras ao contrário, cosidas na China, por catraios com ranho
É o tempo da valente cagada!
Ai ai os belos 30 anos!
(K.G.)

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